O primeiro-ministro da França, François Bayrou (Movimento Democrático), aliado do presidente Emmanuel Macron (Renascimento), se prepara para um voto de confiança no Parlamento, agendado para 8 de setembro. A votação ocorre em um contexto desafiador, com Bayrou enfrentando uma provável derrota devido à forte oposição ao seu plano econômico de austeridade, que visa reduzir a dívida pública em 44 bilhões de euros. O plano inclui medidas polêmicas como a eliminação de feriados públicos e cortes em programas sociais, que críticos afirmam impactar desproporcionalmente os mais pobres.
A decisão de solicitar o voto foi anunciada por Bayrou em uma entrevista à revista L’Express, e Macron convocou uma sessão especial do Parlamento para a votação. A situação política na França é complexa, com um Parlamento fragmentado desde as eleições antecipadas de junho de 2024, resultando em três grupos sem maioria absoluta. Se Bayrou for destituído, Macron terá a tarefa de nomear um novo primeiro-ministro, que também poderá enfrentar desafios semelhantes em um ambiente político hostil.
A oposição, liderada pelo partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional, já declarou sua intenção de usar essa votação como uma oportunidade para destituir Bayrou, que está no cargo há apenas oito meses. A pressão sobre o governo aumenta à medida que as críticas ao plano de austeridade se intensificam, especialmente entre os eleitores mais vulneráveis. A possibilidade de novas eleições antecipadas também paira sobre o governo, à medida que a oposição pressiona por mudanças significativas na liderança política do país.