A Foxconn, amplamente reconhecida por fabricar milhões de iPhones para a Apple, anunciou que seu principal cliente não é mais a gigante norte-americana, em meio ao crescimento da inteligência artificial. No segundo trimestre, a receita gerada por servidores de IA e produtos de computação em nuvem ultrapassou pela primeira vez a dos eletrônicos de consumo, como os iPhones. Essa mudança é significativa, pois a dependência da Foxconn em relação aos smartphones era vista como um risco por investidores, especialmente com a desaceleração na demanda por novos modelos nos últimos anos.
O presidente do conselho da Foxconn, Young Liu, tem promovido a diversificação dos negócios desde 2019, buscando novas oportunidades em setores como veículos elétricos e semicondutores. Embora esses segmentos ainda não tenham contribuído significativamente para a receita, o sucesso da empresa na fabricação de servidores de IA – sendo a maior fabricante de servidores da Nvidia – demonstra uma estratégia bem-sucedida que começou antes do advento do ChatGPT. Atualmente, os eletrônicos de consumo representam 35% da receita total da Foxconn, enquanto os negócios de computação em nuvem e rede já somam 41%.
Essa transformação na Foxconn é um reflexo de uma tendência mais ampla no setor tecnológico de Taiwan, onde empresas antes focadas em eletrônicos estão investindo fortemente em servidores de IA. A Wistron e a Quanta, outras empresas do setor, também relataram crescimentos significativos em suas receitas. A expectativa é que a receita da Foxconn com servidores de IA cresça mais de 170% no terceiro trimestre em comparação ao ano anterior, evidenciando uma mudança estratégica que pode redefinir o futuro da companhia.