O fotógrafo Rafael Lobo, de 46 anos, do Distrito Federal, está revitalizando a técnica de impressão fotográfica conhecida como 'salt print', que completa 200 anos em 2023. Desenvolvida pelo inglês Henry Fox Talbot em 1833, essa técnica foi uma das primeiras a utilizar negativos para a revelação de imagens, permitindo a reprodução de fotografias em papel. Lobo, que tem mais de 20 anos de experiência na fotografia, decidiu adotar essa abordagem artesanal em um momento em que a fotografia digital se tornou predominante.
A técnica 'salt print' é caracterizada por suas imagens quase etéreas, que contrastam com a precisão das câmeras modernas. Lobo utiliza essa técnica para criar retratos de nu artístico, buscando resgatar a essência da fotografia clássica e a beleza natural de diferentes tipos de corpos. "Cada 'salt print' é uma obra única, pensada e com valor estético e documental", afirma o fotógrafo, que também realiza ampliações de arquitetura, especialmente de Brasília.
O processo de revelação do 'salt print' é meticuloso e requer materiais específicos, como papel aquarela de alta gramatura e produtos químicos, incluindo nitrato de prata. A técnica, que envolve a exposição à luz ultravioleta, resulta em imagens que possuem um charme nostálgico, refletindo uma época em que a fotografia era uma arte mais cuidadosa e menos imediata. Lobo acredita que essa abordagem contrasta com a cultura de instantaneidade da fotografia digital, proporcionando uma nova perspectiva sobre a arte fotográfica.