Desde a prisão de Ramiro Gonzaga Barros, de 36 anos, em janeiro deste ano, o número de vítimas identificadas no Rio Grande do Sul não para de crescer, alcançando 217 mulheres. O delegado Valeriano Garcia Neto, responsável pelas investigações, destacou a urgência em montar uma força-tarefa para ouvir as vítimas, muitas das quais são adolescentes e crianças. A escrivã de polícia Iane Colpo, que atua na linha de frente, relatou a complexidade emocional do trabalho, que envolve ouvir as vítimas e seus responsáveis, muitos dos quais desconheciam a violência sofrida.
A investigação revelou que Ramiro mantinha pastas organizadas com informações sobre suas vítimas em seus equipamentos eletrônicos, facilitando o trabalho da polícia na identificação delas. A força-tarefa foi composta exclusivamente por policiais mulheres, visando proporcionar um ambiente mais acolhedor e respeitoso para as vítimas, que já enfrentaram traumas significativos. A delegacia de Taquara, onde Ramiro residia, recebeu reforço para lidar com a demanda crescente de depoimentos e inquéritos.
Além das oitivas, o Ministério Público do Rio Grande do Sul implementou uma busca ativa para oferecer apoio psicológico às vítimas identificadas. O projeto das Centrais de Atendimento às Vítimas busca ressignificar o papel das vítimas no processo penal, assegurando que seus direitos sejam respeitados e que possam participar ativamente da busca por justiça. Esse trabalho é essencial para mitigar os danos irreversíveis causados pela violência e promover um ambiente de acolhimento e suporte.