O fluxo de migrantes venezuelanos em busca de ajuda no Brasil aumentou significativamente após as eleições municipais na Venezuela, realizadas em julho. Em Pacaraima, Roraima, a média diária de atendimentos pela Cáritas Brasileira subiu de 150 para 350, refletindo a desesperança política no país vizinho, onde o partido de Nicolás Maduro conquistou a maioria das prefeituras. Longas filas se formam para a regularização migratória, com novos migrantes chegando constantemente, todos compartilhando a falta de esperança em relação à política da Venezuela e a expectativa de um futuro melhor no Brasil.
A estrutura sanitária Padre Edy, administrada pela Cáritas, oferece serviços essenciais aos recém-chegados, que buscam não apenas abrigo, mas também oportunidades de emprego e educação. O governo brasileiro informou que a Operação Acolhida possui protocolos específicos para lidar com o aumento repentino de migrantes. Desde 2015, mais de 1 milhão de venezuelanos cruzaram a fronteira, e mais da metade permanece no Brasil, atraídos pela política brasileira de acolhimento e interiorização.
O crescimento do fluxo migratório após as eleições na Venezuela não parece ser temporário, segundo especialistas. A situação crítica no país natal dos migrantes leva muitos a acreditar que não há mais esperança de mudança política. Com relatos de frustração e falta de perspectiva entre os recém-chegados, a migração venezuelana para o Brasil continua a ser um reflexo das profundas crises econômica e social enfrentadas na Venezuela.