O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) revelou nesta quinta-feira, 7, que existe um acordo no Congresso Nacional para pautar a votação de uma anistia "geral e irrestrita" para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-mandatário é réu em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga tentativas de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Durante uma coletiva de imprensa, Flávio Bolsonaro esclareceu que o acordo se refere à inclusão da anistia na pauta tanto da Câmara quanto do Senado, afirmando que "quem tiver maioria vai levar essa". A proposta de anistia, juntamente com outras medidas, foi uma das reivindicações apresentadas pela oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante os protestos no Congresso, que culminaram na desocupação dos plenários após mais de 30 horas de obstrução.
A base governista, no entanto, refutou a ideia de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tenha concordado em pautar a anistia. O deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que qualquer acordo foi feito apenas entre os partidos da oposição. Em resposta, Motta negou ter feito qualquer compromisso que vincule a retomada das atividades da Câmara a pautas específicas, enfatizando que a presidência da Casa é "inegociável".
O presidente da Câmara também criticou a obstrução realizada pela oposição, afirmando que tal atitude não foi benéfica para a Casa e que a prioridade deve ser o interesse do país. A discussão sobre a anistia e outras propostas que beneficiam bolsonaristas continua a gerar polêmica e divisões entre os parlamentares.