O Flamengo foi multado em R$ 902 mil pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) por despejo irregular de esgoto na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. A infração foi identificada por meio de quatro galerias ligadas ao clube, onde amostras colhidas em fevereiro revelaram a presença de amônia, um indicativo de esgoto. A situação ocorre desde 2022 e, apesar de ter sido notificado três vezes, o clube não tomou medidas para solucionar o problema, conforme documentos obtidos pelo RJ2, da TV Globo.
A multa aplicada considerou a quantidade de esgoto despejado sem tratamento e os danos ambientais causados à lagoa. Após a identificação do lançamento dos efluentes, amostragens comprovaram a presença de amônia, que favorece o desenvolvimento excessivo de plantas e algas, desequilibrando o ecossistema aquático. O oceanógrafo Renato Carreira, da PUC-Rio, destacou a gravidade da situação e a necessidade de soluções urgentes para evitar mais impactos negativos ao meio ambiente.
Durante a inspeção, o gerente do Flamengo alegou que as tubulações são antigas e que a resolução do problema exigiria uma ação conjunta entre a concessionária Águas do Rio, a prefeitura e o clube. A concessionária informou que, somente nos primeiros oito meses deste ano, foram registrados 34 casos de despejo na Lagoa Rodrigo de Freitas. O Flamengo ainda não pagou a multa e tem o direito de recorrer da decisão, levantando debates sobre a responsabilidade ambiental das instituições e a urgência de medidas efetivas para proteger ecossistemas sensíveis.