A Fiocruz anunciou o registro da primeira patente brasileira de uma plataforma para vacinas de mRNA, o que representa um avanço significativo na autonomia do país na produção de imunizantes. Desenvolvida por cientistas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), essa tecnologia elimina a necessidade de pagamentos de royalties a empresas estrangeiras, tornando a produção mais rápida e econômica. A plataforma já está sendo utilizada em testes para vacinas contra a Covid-19 e leishmaniose, e o governo federal considera sua aplicação em pesquisas sobre câncer e outras doenças virais.
A nova patente, criada com base em estudos iniciados em 2018, pode ser operada em escala industrial, embora o Brasil ainda dependa da importação de insumos básicos para a fabricação das vacinas. A líder científica do projeto, Patrícia Neves, destacou que a plataforma pode ser adaptada rapidamente para desenvolver vacinas contra diferentes patógenos, caso os insumos estejam disponíveis. Essa inovação não apenas marca um avanço na capacidade de produção nacional, mas também abre oportunidades para reinvestir recursos anteriormente destinados a royalties em mais pesquisas.
Com a nova patente, o Brasil se posiciona como um potencial líder na produção de vacinas na América Latina, atraindo o interesse de outros países, como o Panamá, que já busca parcerias com a Bio-Manguinhos. A Fiocruz planeja solicitar à Anvisa autorização para iniciar testes clínicos em humanos até o final deste ano, o que poderá acelerar ainda mais o desenvolvimento de vacinas essenciais para a saúde pública.