A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS assinaram dois acordos de parceria para a produção de liraglutida e semaglutida, medicamentos conhecidos como agonistas GLP-1, utilizados no tratamento de diabetes e obesidade. Os acordos foram anunciados em nota conjunta na última terça-feira, com a transferência de tecnologia para a Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fiocruz, prevista para ocorrer em etapas.
Inicialmente, a produção dos medicamentos será realizada na fábrica da EMS em Hortolândia, São Paulo, até que a tecnologia de produção seja completamente transferida para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, localizado no Rio de Janeiro. A Fiocruz destaca que essa colaboração com a EMS representa um avanço significativo na indústria farmacêutica nacional, permitindo a ampliação do portfólio de produção e a inovação no desenvolvimento de soluções complexas.
Além disso, a medida ocorre em um contexto de controle mais rigoroso sobre a prescrição e dispensação de canetas emagrecedoras, que foi implementada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril. A decisão visa proteger a saúde da população, diante do aumento de eventos adversos relacionados ao uso inadequado desses medicamentos. A retenção de receitas, defendida por diversas entidades médicas, busca evitar o uso indiscriminado e garantir que apenas pacientes que realmente necessitam tenham acesso a esses tratamentos.
Por fim, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) abriu uma consulta pública para avaliar a inclusão da semaglutida nos serviços de saúde pública, com contribuições recebidas até o final de junho. Essa avaliação será fundamental para a recomendação da incorporação do medicamento ao Sistema Único de Saúde (SUS).