A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS anunciaram, nesta quarta-feira (6), a assinatura de um acordo que permitirá a produção local de liraglutida e semaglutida, medicamentos injetáveis utilizados no tratamento da obesidade e diabetes. O acordo inclui a transferência de tecnologia para a síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do medicamento final para a unidade Farmanguinhos da Fiocruz, conforme divulgado em nota pela fundação.
A EMS iniciou a comercialização, em farmácias, das primeiras canetas de liraglutida fabricadas no Brasil, que são análogos do GLP-1, hormônio que regula os níveis de glicose no sangue e a saciedade. A autorização para a venda dos produtos foi concedida pela Anvisa em dezembro do ano passado. Inicialmente, a produção ocorrerá nas instalações da EMS em Hortolândia (SP), até que a tecnologia seja totalmente transferida para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, localizado no Rio de Janeiro.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a produção em laboratório público pode aumentar a disponibilidade das canetas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele mencionou a importância de estudos que comprovem a eficácia dos medicamentos para pacientes que aguardam cirurgia bariátrica. Além disso, Padilha anunciou que a Anvisa buscará registrar rapidamente novos produtos voltados ao tratamento de diabetes e emagrecimento, com o objetivo de dominar a tecnologia dos peptídeos utilizados atualmente.
A EMS já lançou as canetas Olire, indicadas para obesidade, e Lirux, para diabetes tipo 2, com dosagens diferenciadas. O ministro também comentou sobre a possibilidade de redução de preços com o fim das patentes das canetas emagrecedoras, enquanto a Novo Nordisk busca estender a validade da patente do Ozempic, que expira em março de 2026. Empresas como EMS, Biomm e Hypera Pharma estão se preparando para lançar genéricos à base de semaglutida assim que as patentes expirarem.