A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) incluiu a proposta da Usina Termelétrica Brasília, localizada em Samambaia, no Distrito Federal, em sua lista de empreendimentos que prejudicam a saúde e o meio-ambiente no Brasil. O projeto, que aguarda uma nova data para audiência pública do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), prevê a geração de 1.470 megawatts de energia e a construção de um gasoduto que ligará São Paulo ao DF. A Fiocruz alerta que a implementação da usina pode resultar em doenças respiratórias e deterioração da qualidade de vida na região.
Além dos riscos à saúde, a Fiocruz destacou preocupações ambientais, como o assoreamento de recursos hídricos e a poluição atmosférica. A usina, que será movida a gás natural, exigirá a captação de água do rio Melchior e poderá impactar negativamente a fauna e flora locais. A construção do gasoduto também levanta questões sobre a segurança energética do DF, que atualmente depende principalmente de hidrelétricas.
Os especialistas ressaltam que os efeitos nocivos da termelétrica podem se agravar em períodos de seca, quando a qualidade do ar já é comprometida. Embora o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA) sugira que a qualidade do ar não será significativamente afetada, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresenta uma visão oposta, indicando que as emissões de poluentes poderão aumentar durante a operação da usina. A situação permanece tensa, com protestos contra o projeto e incertezas sobre seus reais impactos na comunidade.