A febre oropouche, uma doença viral anteriormente restrita à região amazônica, está se concentrando na Região Sudeste do Brasil. De acordo com o Painel de Monitoramento de Arbovíroses do Ministério da Saúde, 80% dos casos confirmados em 2025 ocorreram nessa região, totalizando 11.904 registros até agosto, com destaque para os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Pesquisas recentes sugerem que as mudanças climáticas e o cultivo de bananas estão associados à expansão da febre oropouche. O aumento das temperaturas e das chuvas, juntamente com o desmatamento, favorece a proliferação do mosquito maruim, vetor do vírus. Além disso, a substituição de áreas de mata nativa por plantações aumenta a exposição da população ao vírus.
As implicações dessa disseminação são preocupantes, pois os sintomas da febre oropouche são semelhantes aos da dengue e chikungunya, doenças já endêmicas no Brasil. A ampliação da testagem para o vírus nos últimos dois anos pode ter revelado um número maior de casos do que o registrado anteriormente, levantando questões sobre o potencial epidêmico da doença e a necessidade de políticas públicas eficazes para controle e prevenção.