A escassez de canetas aplicadoras de insulina nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de São Paulo tem gerado dificuldades significativas para pacientes diabéticos. Segundo o Ministério da Saúde, essa situação é resultado da priorização da indústria farmacêutica na produção de canetas voltadas para emagrecimento, que apresentam maior demanda no mercado. Embora a insulina esteja disponível, os aplicadores, que oferecem maior precisão e praticidade, estão em falta.
Pacientes como Maria Helena dos Santos relatam que não conseguem retirar as canetas há meses, enquanto outros, como Eliane Sales, organizam mutirões para buscar os dispositivos em diferentes postos. Para contornar a situação, a Secretaria Municipal da Saúde começou a distribuir frascos de insulina e seringas, alternativas que são consideradas mais dolorosas e difíceis de usar. A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, João Salles, destaca que a falta das canetas compromete o controle da diabetes, especialmente para aqueles com deficiência visual.
O Ministério da Saúde reconhece a escassez das canetas como uma consequência de mudanças globais no mercado farmacêutico, onde fabricantes têm priorizado produtos mais lucrativos. No entanto, o governo federal não forneceu um prazo para a normalização do fornecimento das canetas aplicadoras, deixando muitos pacientes em uma situação vulnerável e preocupante.