Os setores de café, tilápia e manga do Brasil estão se adaptando a uma nova realidade após a imposição de uma tarifa de 50% nas exportações para os Estados Unidos, conforme especialistas consultados pelo g1. A medida, que entra em vigor em 6 de agosto, gera incertezas sobre a capacidade de redirecionar esses produtos para outros mercados, uma vez que cada setor enfrenta desafios específicos.
O setor cafeeiro, por exemplo, aguarda a inclusão do grão na lista de exceções ao tarifaço. Com a possibilidade de estocagem, os produtores não têm pressa imediata, já que a safra colhida no primeiro semestre de 2025 só deverá ser exportada em 2026. No entanto, a falta de clareza sobre a duração da tarifa aumenta a incerteza no mercado, já que os Estados Unidos são um dos principais importadores do café brasileiro.
Por outro lado, os exportadores de tilápia estão acelerando os envios para concluir as exportações antes do prazo estipulado. Aqueles que não conseguirem enviar a produção até a data limite terão que redirecionar o produto para o mercado interno, uma vez que não há capacidade em outros destinos para absorver o volume exportado. A manga, a fruta mais exportada do Brasil, também enfrenta riscos, com a colheita da variedade preferida pelos norte-americanos programada para agosto, levantando preocupações sobre um possível colapso na comercialização.
O setor de carne, embora não seja o maior cliente dos EUA, também está se adaptando à nova realidade, com a produção específica para o mercado americano sendo paralisada. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) informou que, apesar da China ser o principal mercado, a rentabilidade das exportações para os EUA não pode ser facilmente substituída. A situação destaca a complexidade e os desafios enfrentados pelos exportadores brasileiros em um cenário de mudanças tarifárias significativas.