As expectativas de inflação no Brasil recuaram para 4,86%, segundo o Boletim Focus do Banco Central, sinalizando que os efeitos da política monetária restritiva já estão sendo percebidos na economia. Após um ano de aumento nas taxas de juros, a pesquisa semanal revela que a mediana das projeções para o IPCA se aproxima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. Além disso, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi ajustada para baixo, passando de 2,21% para 2,18% para 2025.
Os especialistas Hudson Bessa e Rogério Mauad destacam que a redução nas expectativas de inflação pode permitir ao Banco Central iniciar um ciclo de cortes na taxa Selic, possivelmente já em 2026. Bessa observa que a deflação nos alimentos e a diminuição da pressão inflacionária são fatores que contribuem para essa perspectiva otimista. Mauad complementa que, se as expectativas se mantiverem baixas, o Banco Central terá espaço para reduzir a taxa de juros, o que pode estimular a economia.
Essas revisões nas expectativas econômicas têm implicações significativas para o governo e o mercado financeiro. A antecipação do início do ciclo de queda da Selic pode influenciar decisões de investimento e consumo, além de impactar a recuperação econômica em um cenário de demanda mais fraca. A atenção agora se volta para os próximos passos do Comitê de Política Monetária e como as políticas monetárias poderão se ajustar às novas projeções.