O exercício físico tem ganhado destaque como um dos principais aliados no cuidado com doenças neurodegenerativas, como o Parkinson e o Alzheimer. Estudos e especialistas indicam que a prática esportiva regular pode não apenas prevenir o aparecimento dessas condições, mas também aliviar sintomas já instalados e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum do mundo, ficando atrás apenas do Alzheimer. Mais de 4 milhões de pessoas vivem com o diagnóstico, sendo 200 mil delas no Brasil. Já o Alzheimer afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo estimativas da entidade.
A médica neurologista Samira Chalub, diretora regional da MedSênior em Minas Gerais, explica que a atividade física tem efeito protetor sobre o cérebro, atuando em diversos mecanismos biológicos que retardam o avanço dessas doenças. “A prática esportiva é considerada protetora neurológica devido a uma série de mecanismos fisiológicos e moleculares que promovem a saúde cerebral e reduzem o risco de doenças neurodegenerativas”, afirma Chalub. Entre os principais benefícios, ela destaca o aumento do fluxo sanguíneo cerebral, a redução da inflamação e o estímulo à neuroplasticidade — a capacidade de o cérebro se adaptar e formar novas conexões neurais.
Não há uma única atividade ideal para todos os pacientes. O tipo de exercício deve ser escolhido com base no estágio da doença, nas limitações físicas e nas preferências individuais. Modalidades como dança, treinos de marcha e equilíbrio, exercícios aquáticos e Tai Chi demonstram resultados consistentes. Com a crescente população idosa, a prática esportiva se torna urgente como uma intervenção acessível e respaldada cientificamente para promover a saúde cerebral e melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas que convivem com doenças neurodegenerativas.