O consumo excessivo de arroz branco, um alimento básico na dieta brasileira, pode representar riscos à saúde metabólica, especialmente devido ao seu alto índice glicêmico (IG), que ultrapassa 70. Essa condição pode provocar picos de glicose no sangue, aumentando o risco de diabetes e problemas circulatórios, principalmente em indivíduos já diagnosticados com a doença. A alerta foi reforçada por estudos recentes, incluindo uma pesquisa publicada em 2022 na revista Nature Nutrition & Diabetes.
Pesquisadores descobriram que uma simples mudança na forma de preparo do arroz pode reduzir seu índice glicêmico em até 20%. O método consiste em resfriar o arroz após o cozimento e, em seguida, reaquecê-lo. Essa técnica transforma o amido do arroz em amido resistente, que é absorvido mais lentamente pelo organismo, resultando em menor liberação de insulina e glicose no sangue. Os especialistas afirmam que essa abordagem pode ajudar a controlar os níveis de glicemia após as refeições.
O processo é simples: após cozinhar o arroz, deve-se espalhá-lo em uma assadeira para esfriar e, em seguida, refrigerá-lo por pelo menos 12 horas. Após esse período, o arroz pode ser reaquecido e consumido, mantendo os benefícios do amido resistente. Além de auxiliar no controle glicêmico, esse tipo de amido também atua como prebiótico, favorecendo a saúde intestinal ao alimentar bactérias benéficas.
Para aumentar o valor nutricional do arroz, é recomendado adicionar ingredientes ricos em fibras e vitaminas, como cenoura, abobrinha ou beterraba raladas. Alternativamente, pode-se optar por variedades de arroz com menor índice glicêmico, como arroz integral ou selvagem, batata-doce e cuscuz, que são absorvidos mais lentamente pelo organismo, contribuindo para uma alimentação mais equilibrada.