Ligiane Marinho de Ávila, ex-servidora da Funcamp, é alvo de um mandado de prisão internacional emitido pela Interpol desde maio de 2023, após ser investigada por desvio de pelo menos R$ 5,3 milhões em recursos públicos destinados a projetos científicos da Unicamp. A Justiça de Campinas negou o pedido de revogação de sua prisão preventiva, considerando que sua saída do Brasil, em fevereiro de 2024, demonstra a intenção de evitar a aplicação da lei.
A audiência de instrução e julgamento está marcada para os dias 26 e 27 de janeiro de 2024 e será realizada de forma virtual. A juíza Lissandra Reis Ceccon destacou que a ex-servidora, ao residir no exterior, está foragida e tenta se esquivar das consequências legais de seus atos. Ligiane é acusada de emitir notas fiscais falsas entre 2018 e 2023, utilizando um CNPJ próprio para justificar gastos que nunca ocorreram, lesando a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Segundo o Ministério Público, Ligiane movimentou mais de R$ 6,6 milhões em sua conta pessoal, com depósitos oriundos de projetos financiados pela Fapesp. A investigação também revelou que ela comprou moeda estrangeira com verba destinada a pesquisas, utilizando recibos falsos para legitimar suas transações. Embora os professores vinculados aos projetos estejam sendo responsabilizados civilmente, até o momento não há indícios de participação criminal deles no esquema de desvio.