A juíza Sandra Liliana Heredia, da 44ª Vara de Bogotá, condenou o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe a 12 anos de prisão por fraude processual e suborno em um caso de manipulação de testemunhas. A decisão, proferida na última sexta-feira, 28 de julho de 2025, torna Uribe o primeiro ex-presidente da Colômbia a ser condenado criminalmente. Além da pena de prisão, a juíza impôs uma multa de US$ 578 mil e inabilitou Uribe para o exercício de funções públicas.
O julgamento, que se arrasta há quase 13 anos, é marcado por polarização entre os apoiadores de Uribe, que alegam perseguição política, e seus críticos, que clamam por justiça. O ex-presidente, que governou o país entre 2002 e 2010, se declarou inocente e anunciou que recorrerá da decisão ao Tribunal Superior de Bogotá. A condenação ocorre em um momento crucial, com as campanhas para as eleições legislativas e presidenciais de 2026 prestes a começar.
Analistas apontam que a condenação pode impactar as relações da Colômbia com os Estados Unidos, seu principal aliado na luta contra o tráfico de drogas. O secretário de Estado Marco Rubio expressou preocupações sobre a decisão judicial, enquanto o atual presidente Gustavo Petro pediu respeito à independência do Judiciário. A condenação de Uribe se junta a um contexto mais amplo de ex-líderes latino-americanos enfrentando processos judiciais e prisões, refletindo a complexidade do legado político e militar do ex-presidente.