Fábio Camargo Remesso, ex-auditor fiscal condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, reside atualmente em Portugal, onde aguarda a possibilidade de cumprir sua pena de seis anos fora do Brasil. A condenação, que transitou em julgado, foi confirmada após Portugal negar sua extradição, uma vez que Remesso possui nacionalidade portuguesa. Documentos judiciais indicam que a execução da pena poderá ocorrer em solo português, conforme despacho do juiz Carlos Alberto Corrêa de Almeida Oliveira.
Remesso é um dos principais personagens da chamada Máfia do ISS, que atuou na Prefeitura de São Paulo entre 2005 e 2012, desviando cerca de R$ 500 milhões em impostos. O esquema foi desmantelado em 2013, durante a gestão de Fernando Haddad, após investigações do Ministério Público e da Controladoria Geral da Prefeitura. Enquanto isso, seu advogado argumenta que a pena imposta é desproporcional em comparação a outros réus do mesmo processo.
A situação de Remesso levanta questões sobre a eficácia da justiça penal e a cooperação internacional em casos de corrupção. Com um habeas corpus pendente de análise no Supremo Tribunal Federal, o ex-auditor pode ter sua pena revista, mas a possibilidade de cumprimento da sentença em Portugal se torna cada vez mais concreta. O desdobramento deste caso poderá influenciar futuras decisões sobre extradições e a aplicação da lei em casos semelhantes envolvendo corrupção.
