O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, qualificou como "abusiva" a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 25% sobre a Índia pela compra de petróleo da Rússia. A medida foi anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump na quarta-feira, 6 de agosto de 2025, com a justificativa de que a Índia importa petróleo e derivados russos, o que, segundo Trump, prejudica os esforços ocidentais no conflito da Ucrânia.
Em uma entrevista à CNBC, Trump afirmou que a Índia está "alimentando a máquina de guerra" russa e expressou descontentamento com a situação. Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Randhir Jaiswal, criticou a decisão, chamando-a de "injusta, injustificável e irracional", e expressou que a atitude é "extremamente lamentável".
A tarifa imposta é a primeira do tipo aplicada pelos EUA em relação à compra de petróleo russo e não se limita à Índia, já que outros países também estão sob monitoramento. O Brasil, que mantém uma relação comercial significativa com a Rússia, pode enfrentar riscos semelhantes, conforme alertou o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad. Ele mencionou que o governo brasileiro está ciente da possibilidade de novas sobretaxas e está avaliando a situação.
Além disso, a China, que também mantém laços estreitos com a Rússia, pode ser alvo de futuras medidas dos EUA. De acordo com dados da Administração de Informações de Energia dos Estados Unidos, a China importou 2,2 milhões de barris de petróleo russo por dia em 2024, o que a coloca em uma posição delicada diante das tensões geopolíticas atuais.