O Instituto Americano do Ferro e do Aço (AISI) pediu ao governo de Donald Trump para intervir na aquisição das operações de níquel da Anglo American no Brasil pela MMG Limited, uma empresa australiana controlada pela estatal chinesa China Minmetals Corporation. A MMG anunciou seus planos em fevereiro de 2023, com a expectativa de que a transação seja concluída no terceiro trimestre deste ano. O AISI argumenta que essa aquisição daria à China controle substancial das reservas brasileiras de níquel, exacerbando a vulnerabilidade americana na cadeia de suprimento desse mineral crítico.
As operações brasileiras da Anglo American produziram cerca de 40 mil toneladas em 2023 e incluem atividades integradas de mineração e refino. As reservas do Brasil e da Indonésia juntas representam quase metade dos recursos mundiais totais de níquel. O AISI destaca que a China já controla uma parte significativa da produção global do mineral devido ao seu investimento nas reservas indonésias, o que levanta preocupações sobre a segurança do fornecimento para os Estados Unidos, que enfrentam distorções de mercado provocadas pelas políticas chinesas.
Em resposta a essas preocupações, Kevin M. Dempsey, presidente do AISI, instou o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) a levar essas questões ao governo brasileiro. Ele enfatizou a importância de garantir que o acesso ao níquel permaneça aberto e justo, preservando a propriedade orientada pelo mercado desses ativos estratégicos. O desdobramento dessa situação poderá impactar significativamente as relações comerciais entre os EUA e o Brasil, além de influenciar o mercado global de níquel.