EUA negam visto a Mahmoud Abbas para Assembleia da ONU em Nova York

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Os Estados Unidos negaram visto ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, impossibilitando sua participação na Assembleia Geral da ONU, que ocorrerá neste mês em Nova York. Além de Abbas, aproximadamente 80 outros membros da AP também foram afetados pela decisão do Departamento de Estado, que revogou vistos anteriormente concedidos. Essa ação levanta questões sobre o cumprimento do Acordo de Sede da ONU, que estipula que os EUA devem permitir a entrada de representantes convidados pela organização, independentemente de divergências políticas.

A professora Priscila Caneparo, do Programa de Pós-Graduação da Ambra University, explica que, embora a sede da ONU tenha um regime jurídico especial, as regras migratórias dos EUA ainda se aplicam. O pesquisador Vitélio Brustolin, de Harvard, ressalta que a recusa de vistos pode ser contestada por violação do acordo e que isso pode provocar reações institucionais da ONU. O histórico de negação de vistos por parte dos EUA em situações semelhantes, como o caso de Yasser Arafat em 1988, sugere que a ausência de autoridades palestinas na Assembleia Geral pode ter desdobramentos significativos nas relações internacionais.

O analista político Lucas de Souza Martins destaca que a seção 11 do Acordo de Sede proíbe os EUA de negar vistos a convidados da ONU. A situação atual não é isolada; precedentes históricos mostram que a ONU já transferiu assembleias devido a restrições impostas pelos EUA. A negativa de vistos para Abbas e outros representantes palestinos pode não apenas impactar a presença deles na Assembleia, mas também acirrar tensões entre os Estados Unidos e a comunidade internacional em relação à questão palestina.

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