Em julho de 2025, os Estados Unidos anunciaram a implementação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, incluindo açúcar e etanol, em resposta a questões diplomáticas. A medida, considerada um "tarifaço" pelo setor, entra em vigor no dia 6 de agosto e promete causar prejuízos significativos à cadeia sucroenergética nacional, especialmente nas regiões mais vulneráveis, como o Nordeste.
De acordo com estimativas da Datagro, a nova tarifa poderá resultar em um custo adicional anual de aproximadamente US$ 27,9 milhões (R$ 153,4 milhões) sobre as exportações brasileiras de açúcar que utilizam a cota tarifária dos EUA. Com um volume de 150 mil toneladas contratadas e um preço médio de US$ 371 (R$ 2.040) por tonelada, a nova alíquota pode inviabilizar financeiramente essas exportações.
A preocupação cresce entre os produtores brasileiros, pois a nova política comercial pode se estender a outros produtos e tornar o ambiente regulatório ainda mais restritivo, colocando em risco os embarques atuais de açúcar para o mercado norte-americano. O Brasil, que atualmente exporta açúcar aos EUA através de uma cota preferencial, depende dessa receita, que representa 20% das exportações de açúcar do Nordeste, crucial para a geração de empregos na região.
Além disso, os EUA estão buscando abrir seu mercado de etanol para a entrada do etanol de milho americano, o que poderia agravar ainda mais a situação do setor sucroenergético nordestino. Entidades representativas do setor, como a Bioenergia Brasil e a UNICA, destacam que o Brasil é um exemplo em mobilidade de baixo carbono e que a escolha do país como sede da COP30 reforça seu compromisso com a sustentabilidade.