A partir desta quarta-feira (6), os Estados Unidos implementam uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, conforme anunciado pelo presidente Donald Trump na semana passada. A medida, que se aplica a cerca de 35% das exportações do Brasil para os EUA, é composta por uma tarifa recíproca de 10% e uma sobretaxa específica de 40%. O Brasil, que terá um tratamento especial, enfrenta essa taxa um dia antes de outros países, devido a uma ordem executiva assinada por Trump em 30 de julho.
Embora a tarifa represente um desafio significativo, uma lista de 694 exceções foi criada para mitigar os impactos econômicos imediatos, reduzindo a tarifa efetiva média para cerca de 29% a 31%, dependendo do setor. Especialistas acreditam que a inclusão de exceções, como a do suco de laranja, reflete a necessidade dos EUA em manter relações comerciais com o Brasil. A situação é ainda mais complexa devido à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que levou a Casa Branca a justificar a tarifa como uma resposta a alegações de violações à liberdade de expressão no Brasil.
A medida gerou preocupações sobre o impacto econômico no Brasil, que agora enfrenta a tarifa mais alta imposta pelos EUA em comparação a outros países, como Síria e Canadá. Analistas destacam que a situação pode ser utilizada como moeda de troca nas negociações futuras entre os dois países, enquanto o governo brasileiro busca alternativas para minimizar os efeitos da nova política comercial.