Na quarta-feira (31), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que estabelece uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alegando que ações recentes do governo brasileiro representam uma ameaça à segurança nacional e à economia dos EUA. A medida foi anunciada após tentativas de negociação entre os dois países, que começaram em 9 de julho, mas não resultaram em acordo.
O documento menciona os julgamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e a responsabilidade das redes sociais sobre o conteúdo postado por usuários, decisões que não foram bem recebidas por Washington. Apesar da nova tarifa, itens essenciais como suco de laranja, aviões e petróleo foram excluídos, totalizando um valor de US$ 18,4 bilhões, segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham).
Analistas do mercado interpretam a inclusão de exceções como um sinal de que os EUA podem estar abertos a negociações futuras. No entanto, setores importantes como café, frutas e carne não estão contemplados na lista, gerando incertezas sobre a escalada do conflito comercial. Solange Srour, diretora de macroeconomia do UBS Global Wealth Management, destaca que o cenário atual reflete uma mudança nas relações internacionais, onde fatores geopolíticos estão se sobrepondo aos econômicos, criando um ambiente de maior risco e incerteza tarifária.