O governo dos Estados Unidos anunciou, na quarta-feira (30), a imposição de sanções ao ministro Alexandre de Moraes, utilizando a Lei Global Magnitsky. A medida foi justificada por alegações de que Moraes estaria envolvido em uma "campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados", incluindo ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A sanção gerou reações no Brasil, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressando solidariedade ao ministro e condenando a interferência americana na Justiça brasileira.
William Browder, executivo britânico e defensor da Lei Magnitsky, criticou o uso da legislação contra Moraes, afirmando que a lei foi criada para punir graves violadores dos direitos humanos e não para vinganças políticas. Browder, que liderou a campanha pela aprovação da lei nos EUA, destacou que a aplicação atual desvirtua a intenção original da norma, que visa proteger os direitos humanos.
A Lei Magnitsky foi aprovada em 2012 durante o governo de Barack Obama, em resposta à morte do advogado russo Sergei Magnitsky, que denunciou corrupção estatal. Browder, que era seu advogado, afirmou que a sanção a Moraes pode comprometer a integridade da lei, mas acredita que há chances de que a decisão seja revertida pela Justiça, dada a sua aplicação em desacordo com a intenção original da legislação.