O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) anunciou, nesta terça-feira (5), o cancelamento de 22 projetos de vacinas com tecnologia de mRNA, que somam um total de US$ 500 milhões. A decisão foi comunicada por Robert F. Kennedy Jr., secretário da pasta, em um pronunciamento na Casa Branca, onde ele reafirmou suas críticas às vacinas, especialmente em relação à Covid-19 e à gripe.
Kennedy, que já havia demitido o painel responsável por recomendar vacinas e recuado em suas recomendações sobre a vacinação, justificou a interrupção dos projetos como uma medida para priorizar o desenvolvimento de vacinas consideradas mais seguras. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, ele afirmou que a nova abordagem incluirá vacinas de vírus inteiro e plataformas inovadoras, que não seriam afetadas por mutações virais.
Especialistas em doenças infecciosas expressaram preocupação com a decisão, ressaltando que a tecnologia de mRNA tem se mostrado eficaz e segura, contribuindo significativamente para o controle da pandemia de coronavírus. Mike Osterholm, da Universidade de Minnesota, classificou a medida como uma das mais perigosas em saúde pública nos últimos 50 anos, enquanto o Dr. Paul Offit, do Hospital Infantil da Filadélfia, alertou que a interrupção dos projetos de mRNA pode dificultar o controle de futuras pandemias.
O HHS, por sua vez, afirmou que outros usos da tecnologia de mRNA dentro do departamento não serão afetados pela decisão. A tecnologia, que já é utilizada em vacinas aprovadas contra a Covid-19 e o vírus sincicial respiratório, continua a ser explorada em pesquisas para imunoterapias contra o câncer, destacando seu potencial além das vacinas tradicionais.