Os Estados Unidos cancelaram a Conferência Espacial das Américas, que estava agendada para ocorrer em Brasília entre 29 e 31 de julho, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB). Além disso, pela primeira vez em anos, os fuzileiros navais norte-americanos não responderam ao convite formal para participar da Operação Formosa, um exercício militar conjunto. Esses gestos são vistos por autoridades brasileiras como parte do crescente desgaste nas relações entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
A conferência, que seria a quarta edição do evento, teve sua realização cancelada de forma unilateral por Washington, conforme nota da FAB. No ano anterior, o encontro contou com a presença de representantes de dez países, incluindo EUA, Canadá e Argentina, focando na cooperação espacial em áreas como defesa e telecomunicações. O clima político atual, marcado por sanções impostas pelos EUA a autoridades brasileiras e críticas ao governo Lula, tem contribuído para essa deterioração nas relações bilaterais.
A crise diplomática se intensificou com ataques públicos do presidente Trump ao governo brasileiro e ao Supremo Tribunal Federal (STF), além da revogação de vistos e imposição de sanções ao ministro Alexandre de Moraes. Apesar do histórico de cooperação militar, integrantes da Defesa brasileira minimizam a situação, afirmando que não há ruptura na colaboração entre os dois países. Contudo, o presidente Lula reconhece o congelamento dos canais de diálogo entre Brasília e Washington.