Os Estados Unidos aceitaram a consulta feita pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) no início de agosto, mas afirmaram que algumas das ações citadas são consideradas questões de segurança nacional, não passíveis de revisão pela OMC. Em um documento apresentado à OMC na segunda-feira, 18, o governo americano declarou que está disposto a dialogar com as autoridades brasileiras sobre uma data para as consultas. Além disso, o texto ressalta que as tarifas mencionadas estão em conformidade com leis de emergência e visam proteger a segurança nacional e a economia dos EUA.
A administração Trump argumenta que as políticas e práticas recentes do Brasil minam o Estado de Direito e ameaçam a segurança nacional americana. A solicitação do Brasil inclui uma investigação aberta pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) sobre atos e políticas brasileiras relacionadas ao comércio digital, tarifas preferenciais injustas e desmatamento ilegal. O governo dos EUA considera que essa investigação indica que as barreiras tarifárias e não tarifárias merecem uma análise mais aprofundada.
As implicações dessa consulta podem ser significativas para as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, especialmente em um contexto onde o governo americano se mostra cauteloso em relação a práticas que considera prejudiciais à sua economia. A resposta do Brasil às alegações americanas e a condução das consultas na OMC poderão moldar o futuro das negociações comerciais entre os dois países, além de impactar o comércio global em um cenário já delicado.