Pesquisadores descobriram que plebeus da civilização Inca também eram capazes de criar quipus, registros feitos com cordas e nós, desafiando a ideia de que apenas a elite dominava essa técnica. A pesquisa, liderada pela professora de antropologia Sabine Hyland, foi publicada no site The Conversation e se baseou na análise de mais de 90 quipus ancestrais da aldeia de Jucul, no Peru. Os quipus eram amarrados com mechas de cabelo humano, que serviam como uma assinatura do autor, revelando um registro colaborativo entre diferentes indivíduos.
A civilização Inca considerava o cabelo como um elemento essencial da identidade pessoal, e a pesquisa revelou que os quipus eram frequentemente associados a essas mechas. O estudo do quipu KH0631, que continha uma única mecha de cabelo de 104 centímetros, permitiu aos pesquisadores determinar a dieta do indivíduo responsável pelo registro. Os resultados mostraram que essa pessoa tinha uma alimentação típica dos plebeus, composta principalmente por vegetais e tubérculos, em contraste com a dieta mais rica em carne dos nobres.
Essas descobertas têm implicações significativas para a compreensão da alfabetização na civilização Inca, sugerindo que o conhecimento sobre quipus era mais disseminado entre as classes sociais do que se acreditava anteriormente. A pesquisa não apenas amplia o entendimento sobre a história inca, mas também destaca a importância das vozes plebeias na documentação da cultura e sociedade andinas.