Um novo estudo revela que Mercúrio, o menor planeta do Sistema Solar e o mais próximo do Sol, está encolhendo. Pesquisadores da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, publicaram suas descobertas na revista AGU Advances, onde estimam que a retração do planeta varia entre 2,7 e 5,6 quilômetros desde sua formação há cerca de 4,5 bilhões de anos. Esse fenômeno ocorre devido ao resfriamento do núcleo e do manto de Mercúrio, resultando em falhas geológicas na crosta, conhecidas como ‘falhas de empurrão’.
A pesquisa propõe uma nova abordagem para medir a retração do planeta, utilizando a maior falha conhecida como referência para escalar dados sobre as mais de 6 mil falhas mapeadas. Essa metodologia trouxe uma estimativa mais precisa em comparação com estudos anteriores, que variavam entre 1 e 7 quilômetros. O geólogo britânico David Rothery comparou o encolhimento de Mercúrio ao processo de enrugamento de uma maçã à medida que envelhece, ilustrando como o planeta se deforma devido à perda de calor interno.
As primeiras evidências do encolhimento de Mercúrio foram obtidas pela missão Mariner 10 da NASA em 1974, e posteriormente confirmadas pela missão MESSENGER entre 2011 e 2015. Essa nova pesquisa não apenas avança o conhecimento sobre Mercúrio, mas também sugere paralelos com a Lua, que também está se contraindo. As implicações dessas descobertas podem enriquecer a compreensão sobre a evolução geológica dos corpos celestes em nosso Sistema Solar.