A missão Dawn da NASA, que orbitou o planeta-anão Ceres entre 2015 e 2018, revelou indícios de um passado com potencial para a vida. Entre as descobertas estão manchas transparentes, identificadas como depósitos de sal, que podem ser remanescentes de salmoura líquida evaporada. Além disso, compostos orgânicos de carbono foram detectados, ingredientes cruciais para a possibilidade de vida.
Recentemente, cientistas da Universidade do Estado do Arizona publicaram um estudo que utiliza modelagem térmica e química para identificar evidências de energia em Ceres. A pesquisa sugere que, há cerca de 2,5 bilhões de anos, a decomposição radioativa no núcleo do planeta-anão desencadeou a circulação hidrotermal, levando gases como hidrogênio e metano à superfície. Esses sistemas são fundamentais para a vida microbiana na Terra, o que levanta a hipótese de que Ceres poderia ter abrigado formas de vida.
As implicações dessa descoberta são significativas, pois ampliam a lista de ambientes possivelmente habitáveis no Sistema Solar, além da lua Europa de Júpiter. O estudo redefine os critérios de habitabilidade planetária, enfatizando não apenas a presença de água líquida, mas também a importância de materiais orgânicos e fontes de energia. Assim, Ceres se junta a um grupo seleto de corpos celestes que podem ter preenchido os requisitos para a vida em seu passado distante.