Um estudo recente publicado na revista Nature Astronomy propõe uma nova explicação para a formação de Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol. Pesquisadores liderados pelo astrônomo Patrick Franco, doutor pelo Observatório Nacional e pós-doutorando no Institut de Physique du Globe de Paris, sugerem que uma colisão rasante entre dois corpos de massas semelhantes teria removido até 60% do manto original do planeta, resultando em sua alta metalicidade.
Tradicionalmente, acreditava-se que Mercúrio havia perdido grande parte de sua crosta e manto devido a um impacto catastrófico com um corpo celeste maior. No entanto, simulações dinâmicas indicam que colisões desse tipo são extremamente raras. O novo modelo, baseado em simulações de hidrodinâmica de partículas suavizadas, mostra que impactos entre protoplanetas de massas semelhantes são mais comuns e podem explicar as características observadas em Mercúrio.
As implicações dessa pesquisa são significativas, pois não apenas oferecem uma nova perspectiva sobre a formação de Mercúrio, mas também podem ser aplicadas ao estudo de outros planetas rochosos. O modelo sugere que parte do material ejetado durante a colisão pode ter sido incorporado por outro planeta em formação, como Vênus, e abre caminho para investigações futuras sobre a evolução dos planetas no Sistema Solar.