Um estudo recente avaliou o impacto das novas tarifas americanas sobre 11 mil empresas exportadoras de médio porte no Brasil. A pesquisa, conduzida pela Fundação Dom Cabral, destaca que o aumento da tarifa de 10% para 50% pode elevar em até 36% o preço dos produtos brasileiros para os consumidores nos Estados Unidos. Essa mudança gera apreensão entre os empresários, especialmente em setores como o de café, que é um dos principais produtos exportados.
Uma cooperativa em Patrocínio, Minas Gerais, que exporta mais de 50 mil sacas de café anualmente, já sente os efeitos da incerteza. Com 300 funcionários, a empresa enfrenta um cenário de expectativa, onde compradores e vendedores aguardam a implementação das novas tarifas. Simão Pedro, diretor-executivo da ExpoCacer, enfatiza que a maioria das empresas não estava preparada para um aumento tão significativo nas taxas de importação.
O professor Eduardo Menicucci alerta que, caso as empresas não consigam se adaptar rapidamente, poderão enfrentar dificuldades financeiras, levando à redução de quadros. Ele destaca que as empresas de médio porte, que empregam entre 50 e 499 pessoas, geralmente não possuem estrutura financeira robusta para suportar mudanças abruptas no mercado.
Além disso, algumas empresas já começaram a transferir pedidos para filiais na Itália, o que pode resultar em perdas significativas de faturamento. A negociação individual com compradores americanos é uma das estratégias adotadas para mitigar os prejuízos, mas a falta de acordos concretos pode tornar o cenário ainda mais desafiador nos próximos meses.