Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que a taxação de 50% imposta pelo governo de Donald Trump a quase 700 produtos importados dos Estados Unidos terá efeitos desiguais nas diferentes regiões do Brasil. A pesquisa destaca que a ameaça de tarifas já gerou preocupações significativas e prejuízos nas relações comerciais entre os dois países, afetando principalmente as economias locais que dependem de exportações.
As regiões brasileiras possuem perfis produtivos distintos, com o Sudeste concentrando grandes indústrias, enquanto o Nordeste se destaca na produção de frutas e mel. O Piauí, por exemplo, é um importante fornecedor de mel para os EUA e enfrenta incertezas sobre o futuro de suas exportações. O CEO do Grupo SAMA, Samuel Araújo, expressou a preocupação de apicultores locais, que dependem da agricultura familiar e já sentem os efeitos da crise.
Por outro lado, o estado do Rio de Janeiro, que tem o petróleo como seu principal produto de exportação, não foi impactado pelo tarifaço, embora o aço, seu segundo produto mais importante, já esteja sujeito à taxação. O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, ressaltou a importância do petróleo para a economia fluminense.
O estudo da FGV classifica o risco de impacto econômico nas regiões, considerando fatores como a dependência das exportações e a qualificação da mão de obra. O Nordeste enfrenta um risco alto, enquanto o Centro-Oeste apresenta baixo risco devido à diversificação de seus parceiros comerciais. O autor do estudo sugere que os estados mais afetados busquem novos mercados e que o governo implemente políticas de incentivo específicas para cada região.