Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) publicaram um estudo que aponta os efeitos das mudanças climáticas e da poluição por microplásticos na biodiversidade de fungos aquáticos dos igarapés amazônicos. A pesquisa foi realizada em câmaras climáticas experimentais em Manaus, que simulam cenários futuros de temperatura e concentração de CO₂.
Os fungos aquáticos desempenham um papel crucial na decomposição de folhas e na reciclagem de nutrientes, essenciais para a cadeia alimentar aquática. A diminuição desses micro-organismos pode resultar em menor decomposição, afetando a disponibilidade de nutrientes na água e, consequentemente, impactando a segurança alimentar de comunidades que dependem da pesca como fonte primária de proteína.
O estudo, intitulado "Climate change and microplastic effects on conidial fungal assemblages associated with leaf litter in an Amazonian stream", foi publicado na revista científica Science of The Total Environment (STOTEN). Os pesquisadores simularam três cenários climáticos, incluindo um controle com condições atuais e um cenário com aumento de 3,3°C na temperatura e 702 partes por milhão de CO₂, para observar como os fungos reagem às ameaças ambientais.
Essas descobertas são relevantes para o debate climático global, especialmente com a COP 30 programada para novembro de 2025 na Amazônia. O estudo destaca a importância dos fungos conidiais na manutenção dos ecossistemas aquáticos e a necessidade de políticas públicas para a conservação da biodiversidade na região.