Cinco anos após a implementação do Marco Legal do Saneamento Básico, o Brasil enfrenta uma estagnação preocupante nos indicadores de saneamento. Segundo um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, cerca de 34 milhões de pessoas ainda não têm acesso a sistemas formais de água, e mais de 90 milhões carecem de coleta de lixo e tratamento de esgoto. Os dados revelam que o acesso à água recuou de 83,6% para 83,1% da população entre 2019 e 2023, enquanto o tratamento de esgoto aumentou apenas de 46,3% para 51,8%. Apesar da aparente falta de progresso, especialistas afirmam que o período é curto para avaliar mudanças significativas, ressaltando que investimentos e projetos estruturais são essenciais para a melhoria dos serviços. A presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, enfatiza a importância do saneamento como um ativo político que impacta diretamente na saúde e na qualidade de vida da população. Para alcançar as metas estabelecidas pelo novo Marco Legal até 2033, o país precisaria investir mais de R$ 454 bilhões nos próximos anos, com foco especial nas regiões Norte e Nordeste, que historicamente enfrentam maiores desafios nesse setor.