A medicina brasileira está passando por transformações significativas, conforme aponta um estudo recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa revela que cerca de 50% dos médicos misturam suas contas pessoais e profissionais, o que evidencia uma grave lacuna na gestão financeira de suas práticas. Essa situação resulta em clínicas que operam sem um controle contábil adequado e sem uma estratégia tributária clara, comprometendo a sustentabilidade das carreiras médicas.
Jonathan Sarraf, médico e especialista em gestão, destaca que, atualmente, a excelência clínica não é suficiente para garantir uma carreira bem-sucedida. "É preciso saber gerir, comunicar e fazer escolhas estratégicas que preservem a saúde financeira e emocional do médico", afirma Sarraf. Ele ressalta que muitos profissionais ainda enfrentam desorganização financeira e falta de planejamento tributário, o que pode impactar negativamente seu futuro.
Além disso, Sarraf aponta que a resistência em adotar uma postura empreendedora entre os médicos é um dos principais fatores que contribuem para essa desorganização. "O médico não foi treinado para pensar em gestão, mas sua carreira depende diretamente dessas decisões", conclui. A situação atual reforça a necessidade de uma abordagem mais estratégica na prática médica, tratando o médico como uma empresa que requer planejamento e visão de longo prazo.