Um estudo do Instituto Rede Abrigo, em colaboração com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, expõe as condições alarmantes enfrentadas por crianças e adolescentes em centros de acolhimento no estado do Rio de Janeiro. Com dados coletados em 129 unidades, a pesquisa revela que muitos acolhidos lidam com a falta de itens básicos como roupas íntimas e medicamentos, além de sofrerem com a superlotação e infraestrutura deficiente. A maioria das crianças apresenta histórico de violência e apenas uma fração recebe acompanhamento psicológico adequado.
Os resultados do estudo, que serão divulgados oficialmente no dia 26 de agosto, mostram que 84% dos acolhidos já sofreram algum tipo de violência antes de serem institucionalizados. Além disso, mais da metade das instituições não oferece capacitação profissional aos seus funcionários, o que compromete ainda mais a qualidade do atendimento. A pesquisa destaca que 78% dos acolhidos são negros e muitos vêm de contextos socioeconômicos vulneráveis, reforçando a necessidade de políticas públicas mais eficazes.
Os pesquisadores alertam para a urgência de revisar as práticas institucionais e fortalecer a rede de proteção às crianças e adolescentes. O estudo conclui que o acolhimento, que deveria ser uma medida temporária de proteção, muitas vezes perpetua desigualdades sociais devido à falta de recursos e políticas adequadas. A situação exige uma resposta imediata das autoridades para garantir os direitos fundamentais dessa população vulnerável.