O Banco Daycoval publicou um estudo que analisa a oscilação do dólar no Brasil, destacando a atual estabilidade do real em um cenário de juros elevados. Segundo o relatório, essa situação é sustentada pelo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, que atenua os riscos políticos e fiscais. No entanto, a partir de 2026, quando se espera o início do ciclo de cortes na Selic coincidir com o calendário eleitoral, a moeda brasileira pode enfrentar maior vulnerabilidade.
Julio Cesar Barros, economista do Banco Daycoval, ressalta que o diferencial de juros deve continuar a se ampliar no curto prazo, mantendo o câmbio relativamente controlado. O estudo revela que, em momentos de diferencial elevado, o impacto dos riscos domésticos diminui consideravelmente, enquanto a influência dos riscos externos também se reduz. A expectativa é que essa dinâmica se mantenha até o final de 2025, quando o Federal Reserve deve iniciar cortes nas taxas de juros nos EUA.
Entretanto, Barros alerta para as incertezas que podem surgir com a aproximação das eleições de 2026, prevendo uma maior oscilação da taxa de câmbio. Atualmente, a expectativa é de que o dólar termine o próximo ano cotado a R$/US$ 5,75, embora o grau de confiança nesse prognóstico seja baixo devido ao aumento das incertezas. O estudo também destaca que a valorização das commodities pode fortalecer ainda mais o real, dependendo das condições globais e locais.