Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) conseguiram registrar detalhes do comportamento do vírus oropouche, ligado a casos recentes da doença em várias regiões do Brasil. Usando microscopia eletrônica de transmissão, a equipe isolou o vírus a partir de um paciente em Piraí, no Vale do Paraíba, e registrou imagens ampliadas em cerca de 50 mil vezes, mostrando como o microrganismo se replica nas células.
A febre oropouche é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, foram registrados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica, considerada área endêmica da doença. Os sintomas são semelhantes aos da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dores musculares, náusea e diarreia. A transmissão ocorre principalmente pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
O estudo, publicado na revista Viruses em março, analisou uma cepa da linhagem Orov BR-2015-2024, ligada aos surtos recentes. Até 18 de agosto de 2024, o Ministério da Saúde registrou cerca de 11,9 mil casos em 19 estados, incluindo cinco óbitos confirmados. A compreensão da replicação do vírus é crucial para o desenvolvimento de novas estratégias de prevenção e tratamento da febre oropouche.