Uma pesquisa da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, aponta que gestantes que seguem dietas veganas podem apresentar risco mais elevado de desenvolver pré-eclâmpsia e dar à luz bebês com menor peso ao nascer. O estudo foi publicado na revista científica Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica e envolveu mais de 66 mil mulheres, que responderam a questionários sobre dieta e suplementação alimentar na 25ª semana de gestação. As participantes foram divididas em grupos conforme seus hábitos alimentares: a maioria se declarou onívora (65.872 mulheres), enquanto outras relataram evitar carne vermelha, seguir ovolactovegetarianismo ou adotar o veganismo.
Os resultados mostraram que gestantes veganas apresentaram uma prevalência cinco vezes maior de pré-eclâmpsia em comparação às onívoras. Essa condição, caracterizada por pressão arterial elevada e excesso de proteína na urina após a 20ª semana de gravidez, pode trazer complicações sérias para mãe e bebê. Além disso, os filhos de mães veganas apresentaram, em média, 240 gramas a menos que os de mães onívoras. Os pesquisadores destacam que a ingestão de proteínas pode ser um fator relevante, já que as veganas consumiam cerca de 56 g de proteína por dia, enquanto as onívoras alcançavam 89 g.
Embora o estudo tenha revelado essas preocupações, os autores ressaltam que se trata de uma pesquisa observacional, sem estabelecer relação de causa e efeito. Eles também notaram que mulheres adeptas de dietas à base de vegetais tendem a ser mais velhas, um fator que pode aumentar o risco de complicações na gravidez. Os especialistas afirmam que mais estudos são necessários para confirmar se há uma ligação direta entre o padrão alimentar vegano e os resultados adversos observados na gestação.