Um estudo do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) revelou que o programa Smart Sampa, lançado em 2024 pela Prefeitura de São Paulo, não conseguiu reduzir os principais indicadores de criminalidade na capital. A pesquisa, intitulada "Smart Sampa vigia, mas não protege", concluiu que não houve queda significativa nas taxas de furtos, roubos ou homicídios após a implementação do sistema de câmeras de reconhecimento facial.
A pesquisa destacou que, após mais de um ano de operação, o programa não demonstrou impacto positivo na produtividade policial, medida pelo número de prisões em flagrante ou cumprimento de mandados judiciais. Thallita Lima, coordenadora da pesquisa, afirmou que os recursos investidos no Smart Sampa poderiam ser melhor aplicados em políticas de segurança com comprovado impacto na redução da violência, como policiamento comunitário e programas de prevenção em áreas vulneráveis.
Em resposta ao estudo, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou dados que mostram um aumento nos homicídios dolosos e furtos no primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar disso, os roubos apresentaram uma queda. A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, defendeu o programa, alegando que o estudo utilizou comparações inadequadas e teve falhas metodológicas, e destacou que mais de 31 mil câmeras já estão em operação na cidade, resultando em quase 3 mil prisões em flagrante e a captura de foragidos da Justiça.