Um estudo recente revela que o discurso de ódio online no Brasil atingiu níveis alarmantes, com 81% da população afirmando ter sido vítima desse tipo de conteúdo. A pesquisa da ONU, realizada em 2024, destaca que ofensas relacionadas a gênero, raça, religião e orientação sexual são as mais comuns, com um aumento significativo durante períodos eleitorais. Em 2022, as denúncias de crimes de ódio online cresceram 39,3% em relação ao ano anterior, evidenciando a gravidade da situação.
Além dos dados nacionais, o fenômeno do ódio digital não é exclusivo do Brasil. Após os ataques do Hamas em outubro de 2023, comentários antissemitas no YouTube aumentaram em 4.963%, enquanto na Índia, discursos contra minorias religiosas subiram 74% em 2024. A arquitetura das plataformas digitais, projetada para maximizar o engajamento, prioriza conteúdos que geram emoções intensas como raiva e indignação, contribuindo para a disseminação desse tipo de discurso.
As consequências do ódio digital vão além das interações online, afetando a segurança e o bem-estar das vítimas no mundo real. Estudos indicam que aqueles que enfrentam discurso de ódio online sentem-se mais inseguros até mesmo fora do ambiente digital. A normalização da raiva como forma de comunicação nas redes sociais cria um ciclo vicioso que perpetua a hostilidade, exigindo uma reflexão urgente sobre o papel das plataformas na moderação desse conteúdo.