Um estudo publicado na revista científica Nature revela que a absorção de dióxido de carbono (CO2) pelas florestas da União Europeia está em declínio, impactada por secas e exploração florestal. A pesquisa, liderada por cientistas do Centro Comum de Investigação da UE, destaca que a capacidade das florestas de atuar como sumidouros de carbono diminuiu significativamente nos últimos anos, com uma queda de quase um terço entre 2010 e 2022.
As florestas europeias, que cobrem cerca de 40% da superfície do continente, absorveram aproximadamente 436 milhões de toneladas de CO2 anualmente entre 1990 e 2022, representando cerca de 10% das emissões humanas na região. No entanto, as condições climáticas adversas, como secas, ondas de calor, incêndios e a exploração florestal, estão comprometendo essa capacidade, colocando em risco os objetivos climáticos da UE, que visa a neutralidade carbônica até 2050.
Os pesquisadores enfatizam a urgência de implementar ações eficazes para reverter essa tendência, como a gestão florestal aprimorada e a vigilância das florestas. Além disso, sugerem a necessidade de uma melhor medição dos fluxos de carbono entre solo, vegetação e atmosfera, para entender como eventos climáticos extremos afetarão os sumidouros de carbono no futuro. A União Europeia se prepara para a COP30 em Belém, com uma agenda focada em sua política florestal e um ambicioso programa de reflorestamento, visando reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030.