Um estudo publicado na revista científica Lancet, nesta segunda-feira (4 de agosto de 2025), aponta que os plásticos representam um "perigo grave, crescente e pouco reconhecido" para a saúde humana e do planeta. A pesquisa revela que a "crise dos plásticos" é responsável por doenças e mortes em todas as faixas etárias, com danos à saúde estimados em pelo menos US$ 1,5 trilhão por ano.
Desde 1950, a produção de plásticos aumentou mais de 200 vezes e deve quase triplicar até 2060, alcançando mais de 1 bilhão de toneladas anuais. O relatório foi divulgado um dia antes da 6ª rodada de negociações entre países para a criação de um tratado global sobre plásticos, que enfrenta divergências entre nações que defendem limites de produção e países petrolíferos, como a Arábia Saudita, que se opõem à proposta.
O estudo destaca que os riscos dos plásticos estão presentes em todo o seu ciclo de vida, desde a extração de combustíveis fósseis até o descarte final, com 8 bilhões de toneladas de plástico contaminando o planeta. O professor Philip Landrigan, autor principal do relatório, enfatiza que os impactos recaem mais pesadamente sobre populações vulneráveis, especialmente bebês e crianças, e que é necessário agir em resposta a essa crise.
Além disso, o relatório revela que menos de 10% do plástico produzido é reciclado, enquanto a indústria e as nações petrolíferas argumentam que o foco deve ser na reciclagem, não na redução da produção. No entanto, o estudo conclui que "agora está claro que o mundo não pode reciclar sua saída da crise da poluição plástica."