O trecho do Rio Tietê, localizado no Complexo Turístico da Cachoeira em Salto, São Paulo, enfrenta há três dias a presença de uma espuma tóxica. O fenômeno, amplamente divulgado nas redes sociais, é atribuído à combinação de clima seco, poluição acumulada e falhas no sistema de esgoto que permitem o despejo de resíduos químicos diretamente no rio.
A Defesa Civil da região emitiu um alerta, recomendando que moradores e turistas evitem o contato com a espuma, que é composta principalmente por resíduos de detergentes e efluentes domésticos. Meteorologistas indicam que a baixa umidade relativa do ar deve persistir nos próximos dias, o que pode prolongar a presença da espuma.
O incidente ocorre logo após a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ter sido denunciada por despejar esgoto no Tietê, em uma manobra emergencial para investigar uma cratera na Marginal, em São Paulo. A ONG SOS Mata Atlântica também reportou falhas em uma estação elevatória de esgoto do Rio Pinheiros, que afeta diretamente o Tietê, comprometendo os esforços de despoluição da região.
Em resposta ao vazamento, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) aplicou uma multa de R$ 22,7 milhões à Sabesp. O governo estadual, por sua vez, anunciou um investimento de R$ 20 bilhões até 2029 para conectar 2,2 milhões de residências à rede de esgoto, além de ter removido mais de 3,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos do Tietê e seus afluentes desde o início de 2023.