O debate sobre a resposta do governo brasileiro ao aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos gerou opiniões divergentes entre especialistas consultados pelo Poder360. A advogada tributarista Flavia Holanda Gaeta criticou as medidas adotadas, classificando-as como inócuas, enquanto o economista Claudio Frischtak, ex-economista do Banco Mundial, defendeu que as ações representam um passo inicial importante para o Brasil. Gaeta argumentou que as medidas, como o Reintegra e o drawback, não resolvem problemas estruturais do comércio exterior brasileiro e são insuficientes para garantir a competitividade do país.
Flavia Gaeta destacou que o programa Reintegra, que oferece crédito tributário para micro e pequenas empresas, não será eficaz diante das tarifas impostas, pois os exportadores não conseguirão vender seus produtos nos EUA. Ela também criticou o adiamento do prazo do drawback, afirmando que isso apenas oferece um alívio temporário sem resolver a falta de mercado. Por outro lado, Frischtak acredita que a repercussão das tarifas é pequena em termos macroeconômicos, mas pode impactar o custo de vida nos EUA, levando o governo americano a reconsiderar sua política tarifária.
As implicações dessas discussões são significativas para o futuro do comércio exterior brasileiro. A necessidade de reformas internas para aumentar a competitividade do Brasil é um ponto central levantado por Gaeta, enquanto Frischtak sugere que o foco deve ser em micro e pequenas empresas exportadoras. O desdobramento dessa situação poderá influenciar tanto a economia brasileira quanto a política comercial dos Estados Unidos, afetando consumidores e empresários em ambos os países.