No sudoeste do Benin, a escola Saint Salomon realiza um trabalho vital pela preservação cultural ao ensinar a língua adja. Fundada em 2014 na comuna de Kloukname, próxima à fronteira com o Togo, a instituição é uma das poucas no país a oferecer aulas em uma língua materna, desafiando a herança colonial que prioriza o francês. Com 85 alunos, a escola busca reverter o apagamento cultural promovido pela colonização francesa, conforme enfatiza o diretor Davito Roger.
O povo adja, que remonta ao antigo Reino do Daomé, enfrenta a perda de sua identidade linguística e cultural. A escola utiliza um modelo bilíngue, onde as crianças aprendem tanto francês quanto adja, promovendo um ambiente onde a língua materna é valorizada. O professor Alain Mathias Atcho e os alunos destacam a importância de falar sua própria língua para manter viva a cultura e a identidade.
As implicações desse trabalho vão além da sala de aula; ele reflete uma necessidade urgente de mudança na política educacional do Benin. Roger clama por apoio governamental para expandir o ensino das línguas locais nas escolas primárias, ressaltando que o desenvolvimento de um país está intrinsicamente ligado à valorização de suas línguas nativas. A luta da escola Saint Salomon é um exemplo de resistência cultural em um contexto de globalização e homogeneização linguística.